Crise financeira mundial: estamos diante de uma (e quais foram as maiores)?

A crise financeira mundial é um fenômeno que gera medo e incerteza nos investidores. Veja como agir nesses períodos críticos.

A crise financeira mundial é um fenômeno inevitável em um cenário globalizado e altamente complexo. Desde o século 19, a economia mundial enfrenta episódios de recessão, desemprego e queda brusca nos indicadores financeiros — alguns mais breves, outros que se estendem por anos. 

Ao entender como essas crises surgem e quais são suas consequências, conseguimos nos preparar melhor para as instabilidades do mercado. Por isso, vamos analisar alguns momentos de crise financeira mundial sob o ponto de vista de investidores.

Siga a leitura e saiba como reagir a uma crise global.

Estamos em uma crise financeira mundial?

A crise financeira mundial de 2020 é, na realidade, uma crise de saúde com impactos graves na economia. Sua origem é a pandemia global causada pela Covid-19, que leva à paralisação econômica devido às medidas urgentes de isolamento, distanciamento social e lockdown (bloqueio total de movimentação) necessárias para conter a disseminação do vírus.

No entanto, seus efeitos já são considerados piores do que os da crise de 2008 e podem gerar uma recessão sem precedentes no mundo. A maioria dos países já enfrenta a projeção negativa do PIB, queda brusca na bolsa, ameaça de desemprego em massa e alto risco de falências em diversos setores da economia. 

Nas palavras da diretora do FMI, Kristalina Georgieva, em declaração publicada no G1: “Esta é uma crise como nenhuma outra. Testemunhamos a economia mundial parada. Estamos agora em recessão — é muito pior do que a crise financeira global”.

Maiores crises financeiras mundiais

As maiores crises financeiras mundiais geraram longos períodos de recessão, desemprego e instabilidade.

Veja algumas das mais intensas da história. 

Crise de 1929

A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi a pior crise financeira mundial do sistema capitalista do século 20, que teve início em 1929 e se estendeu por toda a década de 1930. A recessão econômica prolongada gerou altas taxas de desemprego e quedas drásticas do PIB, produção industrial e bolsas de valores no mundo todo.

A crise foi causada pela superprodução agrícola norte-americana combinada à queda da demanda na Europa, que derrubou os preços dos produtos e levou à venda desesperada de 16 milhões de ações — afundando a bolsa de Nova Iorque. Com o crash da bolsa (a conhecida Quinta-Feira Negra), milhares de investidores perderam tudo o que tinham e seguiu-se uma intensa deflação, falência em massa e desemprego.

A Grande Depressão só terminou com a Segunda Guerra Mundial, e parte da recuperação global é creditada ao pacote de medidas de Franklin Roosevelt chamado “New Deal”, que implementou políticas econômicas e sociais para socorrer os EUA.  

Crise dos mercados emergentes 

Os mercados emergentes foram vítimas de uma sucessão de crises iniciadas em 1994, quando o México enfrentou a desvalorização do peso e uma forte recessão econômica que gerou fuga de capitais em massa. A consequência foi a interrupção do fluxo de recursos internacionais para os países emergentes, que atingiu as economias da América Latina e também as asiáticas.

O episódio ficou conhecido como Efeito Tequila, por ter se iniciado no México, e levou à crise do crédito, redução drástica da produção e aumento do desemprego.

Crise de 2007-2008

A crise financeira de 2007-2008, que ficou conhecida como crise do subprime, foi causada por uma bolha de crédito imobiliário e levou à falência do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers. No caso, subprime era o termo usado para as hipotecas de alto risco estadunidenses que se espalharam pelo mundo todo, devido a fraudes na avaliação de risco.

No auge da crise, os EUA tiveram que estatizar as gigantes de empréstimos pessoais e hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, além de liberar US$ 700 bilhões do Tesouro para socorrer as instituições financeiras. Os impactos reverberaram em países como Alemanha, França, Áustria e Itália, que também tiveram que liberar recursos para o sistema financeiro, dando origem à conjuntura da crise de 2007-2008. 

Cautela diante de uma crise financeira mundial 

Diante de uma crise financeira mundial, o investidor deve redobrar a cautela e adotar uma perspectiva de longo prazo. Obviamente, os ativos mais voláteis como ações podem sofrer quedas drásticas e abalar a confiança, mas é preciso pensar no período de recuperação e proteger seu capital durante a fase mais aguda da crise.

Há quem defenda a compra de ativos na baixa, mas essa premissa só é verdadeira quando se trata de uma crise passageira. Se a extensão da crise financeira mundial é imprevisível, o investidor deve proteger seu patrimônio e acompanhar de perto os desdobramentos do mercado, sem assumir riscos para os quais não está preparado.

Você pode contar com a Capital Research e suas análises aprofundadas do mercado financeiro para tomar as decisões mais prudentes em períodos de crise, mantendo o horizonte no longo prazo e seu capital preservado.

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