Custos de transação: o que são e como afetam as finanças

Descubra como os custos de transação impactam as finanças da empresa e como levá-los em consideração na análise de ações.

Os custos de transação são menos óbvios do que outros gastos, mas também têm seu peso no balanço da empresa. Por isso, é importante que você entenda quais são esses desembolsos e como eles afetam as finanças das organizações. Assim, você terá mais critério para analisar a saúde financeira do negócio e decidir sobre as melhores ações para investir. Vamos ajudar com uma explicação simples e objetiva dos custos de transação, para não deixar dúvidas sobre o assunto.

Ficou interessado? Continue lendo e conheça mais sobre as finanças corporativas.

O que são custos de transação

Custos de transação são os gastos que a empresa tem para planejar, elaborar e negociar transações de manutenção das suas atividades ou da captação de recursos. Junto a vários outros tipos de custos que uma organização possui, esses desembolsos ocorrem quando é preciso recorrer ao mercado para obter matérias-primas, equipamentos e serviços.

Logo, são gastos ligados às ações necessárias para garantir que os contratos sejam cumpridos, de maneira satisfatória para as partes envolvidas. De modo geral, os custos de transação podem ser classificados em:

  • Elaboração e negociação dos contratos
  • Mensuração e fiscalização de direitos de propriedade
  • Monitoramento do desempenho
  • Organização de atividades.

Como os custos de transação afetam as finanças da empresa

Ao analisar o desempenho financeiro de uma empresa, vários custos devem ser levados em conta  a fim de  determinar sua lucratividade. Neste caso, os custos de produção já são bem conhecidos, mas nem sempre os custos de transação são considerados.

Mesmo assim, eles têm um peso importante no orçamento da empresa, podem ser decisivos para as decisões estratégicas da gestão e para o dia a dia do negócio. Por exemplo, uma empresa pode avaliar os custos de transação para decidir se terceiriza serviços de logística ou se integra essa área às suas operações atuais. De modo geral, os custos de transação são colocados na balança quando:

  • há dúvida entre contratar um serviço/comprar um bem
  • produzir/executar dentro da própria organização.

Além disso, os custos de transação também são considerados na emissão de títulos e ações, conforme o pronunciamento técnico CPC 08 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

Teoria dos custos de transação

Os custos de transação foram abordados na teoria econômica pelo economista britânico Ronald H. Coase. Em seu livro “A Firma, o Mercado e o Direito”, publicado em 1988, ele debate sobre as razões que levam as empresas a produzir seus próprios bens e serviços ou optar por sua terceirização.

Dessa forma, propõe a análise do custo de transações para aumentar a eficiência da gestão e minimizar esses gastos. Outro economista, Oliver Williamson, contribuiu com a teoria dos custos de transação apontando alguns elementos essenciais:

  • A racionalidade limitada dos seres humanos, que os torna propensos ao oportunismo e pode impactar sobre os custos de transação
  • A dificuldade em conhecer integralmente o ambiente em que se dão as transações e, consequentemente, em alcançar sua máxima eficiência
  • O aumento dos custos burocráticos que ocorre com a expansão da empresa, alcançando o ponto em que a terceirização é justificável.

Além disso, ele ressalta as razões para recorrer ao mercado como mecanismo de governança, entre elas:

  • Ganhar com a economia de escala e aprendizagem
  • Reduzir efeitos de agência (custos de agência)
  • Aproveitar os benefícios tangíveis e intangíveis em utilizar o sistema de preço.

Vá além dos custos de transação

Os custos de transação são tópicos importantes na chamada análise organizacional, ou fundamentalista: uma técnica que busca determinar o valor das ações a partir da análise financeira e econômica das empresas. Basicamente, ao avaliar uma ação, você precisa levar em conta o equilíbrio entre os custos e receitas do negócio, sua capacidade de gerar lucro e de se manter competitiva no mercado. Para isso, é preciso conhecer os conceitos de custo de transação, custo de produção, custo fixo e variável, entre outros termos contábeis que ajudam na leitura financeira da empresa.

É claro que você não vai dominar todos esses conceitos da noite para o dia. Mas é fundamental ampliar seu conhecimento para tomar decisões cada vez mais conscientes sobre suas aplicações em renda variável.

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