Fusões e Aquisições: como o processo de M&A influencia nos investimentos

Entenda melhor o que é essa estratégia usada pelas empresas para crescerem economicamente e o que isso significa para o seu bolso na hora de investir.

Fusões e Aquisições

As palavras “fusão” e “aquisição” são perfeitamente compreensíveis fora de contexto, mas o que exatamente são Fusões e Aquisições no mundo dos negócios? Também conhecido por M&A em inglês (mergers and acquisitions), é o termo usado ao se referir a consolidação de empresas, ou seja, quando elas são inteiramente vendidas, concentradas ou compradas. Basicamente, é uma estratégia de mercado que permite o seu crescimento, a mudança da essência de seus negócios ou de sua posição competitiva.

Naturalmente, isso influencia os acionistas e investidores, que sentem as vantagens e desvantagens desse processo imediatamente. Mas o que exatamente são fusões e aquisições e como isso te afeta?

O que são fusões?

Em termos básicos, fusão é a junção de duas ou mais empresas em uma, resultando em uma sociedade totalmente nova que mescla todos os direitos e obrigações, normalmente por meio de permuta de ações.

Para isso acontecer, todas as partes fazem uma avaliação para entender os impactos no mercado e planejam a transição de forma que não impacte negativamente os investidores e stakeholders. Entre as muitas razões para ocorrer a fusão, as mais comuns são:

  1. Economia: além de economizar nos custos de produção, a fusão pode possibilitar a entrada em novos mercados e acelerar o crescimento com mais capital.
  2. Oportunidade e inovação: a fusão permite que uma inovação de produtos ou serviço seja possível e mais fácil, além de abrir portas a novas oportunidades de investimento de outros mercados.
  3. Maior nicho e mais clientes: com um maior nicho, a nova empresa naturalmente vai atrair mais clientes, além de agregar os que já eram fiéis anteriormente à empresa parceira.

Entre os tipos de fusão, que dependem do motivo da estratégia e relacionamento entre empresas, vale destacar os três principais:

  1. Horizontal: entre empresas da mesma indústria, que normalmente oferecem o mesmo serviço ou produto. O objetivo maior é aumentar a participação no mercado e expandir.
  2. Vertical: entre empresas que se complementam, ou seja, que oferecem produtos ou serviços diferentes, mas que servem o mesmo fim. Aqui, desejam proteger o investimento principal e lucrar na distribuição, assim como garantir as matérias-primas.
  3. Conglomerado: entre empresas que não tenham nenhuma relação de produto ou serviço. São feitas, principalmente, para diversificar o risco e aproveitar oportunidades de investimentos.

 

O que são aquisições?

Diferente da fusão, a aquisição de empresas não é uma parceria, mas sim a compra de uma empresa por meio da aquisição de suas ações. Enquanto na fusão há a criação de uma nova sociedade, na aquisição, a adquirente mantém a sua identidade. Ou seja, esta assume o controle da empresa adquirida.

O processo de aquisição é muito mais complexo que o de fusão, pois pode envolver negociações não tão benéficas para a empresa comprada, já que a outra é mais poderosa em termos de tamanho, capital e influência no mercado. Normalmente, pode ser feita de duas maneiras:

  1. Compra de ações: a partir da compra de todas as ações da empresa a ser adquirida.
  2. Compra dos ativos líquidos: em vez das ações, são comprados os ativos líquidos e o capital recebido é pago através de um dividendo ou por liquidação.

Além de trazer ganhos imediatos a empresa adquirente, a aquisição é normalmente mais comum por ser uma estratégia de crescimento com menos riscos e mais rápida que a fusão. As principais razões para a prática são:

  1. Entrada em novos mercados: a partir da aquisição, a empresa compradora ganha a base de clientes, a reputação e reconhecimento da adquirida.
  2. Diminuição de riscos e custos: assim como a fusão, o custo de produção de produtos reduz, mas dessa vez há menos riscos, já que não é uma sociedade nova.
  3. Melhora na linha de produção: a empresa adquire, além da equipe, as estratégias usadas e todos os processos da linha de produção da comprada.

Como o preço da ação é afetado por um M&A?
           
É claro que uma estratégia que afeta praticamente todos os campos de atuação das empresas pode causar mudanças drásticas no valor das ações durante o período de transição. Mas, como exatamente uma fusão e aquisição afetam o preço da ação e dos investimentos?

            Tudo depende da economia atual, o tamanho das empresas e como é feito o manejamento do processo da fusão e aquisição. Dependendo dessas variantes, os preços terão efeitos diferentes. 

            O mais comum é que os valores das ações da empresa comprada aumentem, enquanto os da adquirente abaixam. Dessa forma, há uma oportunidade para que os acionistas comprem as ações a preços promocionais antes de começar o processo de fusão e aquisição e lucrarem mais tarde. Assim, os investidores da adquirente experimentam uma queda temporária no valor da ação nos dias anteriores, enquanto os preços das ações da empresa a ser adquirida aumentam durante o mesmo período.  

É de se esperar que o preço da ação da empresa resultante da M&A seja maior, tornando o processo mais lucrativo para os acionistas da empresa adquirida.

Mudança no poder de votação do shareholder?

Como é uma transição de negócios que afeta diretamente a administração, ambas as empresas vão ter que se adaptar com mudanças no poder de votação. Haverá uma diluição natural por causa do aumento de ações liberadas durante o processo de fusão e aquisição. Assim, o mais comum é que a empresa adquirente perca uma quantidade considerativa de poder de voto, enquanto o shareholder da outra ganhe.

É natural que haja uma mudança de liderança no caso de uma fusão, já que a criação de uma sociedade totalmente nova exige uma nova administração. Enquanto na aquisição, é comum que executivos e membros da diretoria mudem, para se adequarem às novas demandas. Assim, em ambos os casos é muito provável que haja mudanças consideráveis no poder de votação, dependendo dos interesses empresariais.