Oligopólio: seu significado e principais características

Oligopólio

Para todo investidor, conhecer o mercado é essencial para alcançar bons resultados. Saber quem é a concorrência da empresa na qual seu dinheiro está sendo investido faz com que você tenha como se destacar e crescer.

Ainda que muitas pessoas pensem que basta oferecer serviços e produtos diferenciados para conquistar concorrentes, a realidade pode não ser tão simples. Alguns setores sofrem com o oligopólio, um mercado sendo controlado por poucas empresas de destaque.

Na hora de escolher uma aplicação financeira, entender seu significado e características podem ser o diferencial para sua lucratividade. Entenda aqui, o que é esse fenômeno.

Oligopólio: O que é?

Definido como modelo de mercado de concorrência imperfeita, é marcado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. Com isso, um grupo de empresas passa a ser dominante e, de certa forma, controlar preços.

É importante lembrar que essa é apenas uma das diversas modalidades de concorrência existentes no mercado. Ela, na verdade, é uma modalidade é intermediária entre outras duas: concorrência perfeita e monopólio.

Por estar entre elas, acaba por absorver características dos outros modelos, causando muita confusão na hora de diferenciar cada uma. Ainda assim, com um pouco de atenção, é possível diferenciar as quatro principais de uma maneira simples.

  • Concorrência Perfeita: nenhuma empresa domina a faixa comercial.
  • Oligopólio: grupo de empresas dominam o setor.
  • Duopólio: duas empresas comandam o mercado.
  • Monopólio: apenas uma empresa é expressiva na área comercial.

 

 

Os maiores exemplos no Brasil são o setor de petróleo e mineração. Como possuem alto custo de entrada, é natural que seja uma parcela do mercado com poucas empresas.

Ainda que nesses dois setores essa realidade seja muito expressiva, a formação desse modelo pode acontecer em qualquer área do mercado. Assim, é possível ver empresas que ofereçam produtos e serviços para o consumidor final (B2C) ou para outras empresas (B2B) se unindo nesse modelo.

Mas, é ilegal?

Essa não é uma modalidade ilegal de acordo com as regras e leis de mercado, porém é muito criticada por poder causar prejuízos ao consumidor. Toda concentração de poder de mercado, independentemente do número de empresas envolvidas, é um problema para quem consome, já que os preços passam a ser definidos por elas.

A busca pelo livre mercado, o modelo ideal de oferta e procura que mais beneficia o consumidor, no entanto, ajuda a manter o controle. Por meio de condições legais, o crescimento e desenvolvimento de concorrentes de menor expressão pode ser incentivado.

Com medidas de incentivo, empresas menores passam a ter condições de concorrer com as empresas maiores. Infelizmente, na prática, os incentivos são pequenos e tornando a modalidade é uma realidade muito comum no mercado global.

Como mencionamos, no geral, esse modelo de mercado não é ilegal. No entanto, uma de suas formas é: o cartel. A formação de cartel utiliza o mesmo processo de dominância da concorrência e mercado na mão de um pequeno grupo de grandes empresas.

A diferença fundamental que existe é que, no cartel, são realizados acordos comerciais para manter os preços mais altos. Podem ocorrer, também, acordos para que se torne impossível a entrada de novos concorrentes no mercado. Nas duas situações a lucratividade das empresas envolvidas no cartel é aumentada de maneira forçada e, com os preços sempre altos, o consumidor é quem sai prejudicado.

Conheça as principais características

A característica que melhor define o oligopólio é o fato de criar uma economia de escala, onde uma empresa alcança grande participação de mercado. Com isso, ocorre uma diluição de custos fixos e a sobrevivência expressiva apenas de poucas grandes empresas.

Esse processo ainda traz como marca o aumento das dificuldades para que novas empresas se entrem no mercado. Isso porque para que novos negócios sejam expressivos eles devem alcançar amplo crescimento, se tornando capazes de diluir custos e ampliar a lucratividade.

A realidade apresentada faz com que o setor seja definido por:

  • Número restrito de empresas com grande representatividade de consumo;
  • Empresas de grande porte se mostram interdependentes, as ações de uma empresa nas demais;
  • Preços controlados e equiparados entre elas;
  • Barreiras e dificuldades para a entrada de novos competidores;
  • Concorrência entre empresas focada em qualidade e processos organizacionais e não em preço.

Além dessas características gerais, é possível encontrar outras específicas de cada setor, dependendo da relação das empresas em relação à cooperação existente entre elas na manutenção do domínio de mercado.

Uma outra constante que caracteriza esse modelo são os prejuízos para o consumidor, que se tornam reféns do aumento de preço ou redução de produção, que impactam o valor final de venda.

Como ocorre?

Existem diversas causas para que um oligopólio aconteça, que são divididas em duas bases: natural ou forçada.

Ele ocorre de forma natural em áreas da economia onde é essencial que a produção seja de larga escala e os incentivos são baixos. Com isso, pequenos produtores acabam tendo a participação reduzida por não conseguirem suprir o volume de produção para ganhar representatividade no mercado. 

O resultado disso é que a produção naquela área se concentra na mão de um pequeno grupo de empresas com produção em larga escala.

Ainda que esses casos sejam considerados processos naturais, não podemos ignorar que são um reflexo de falta de incentivo comercial, o que poderia ser solucionado com políticas públicas.

A ocorrência forçada, por sua vez, ocorre quando o setor exige intervenção ou autorização do governo para funcionar. Setores onde as empresas devem ter alvará ou concessão para atuar, em geral, não se abrem para muitas empresas.

No geral, a ocorrência está muito ligada a fusão e incorporação por empresas maiores de outras menores e que eram concorrentes. Isso reduz a competitividade e o número de pequenos investidores, além de aumentar o alcance e importância dessas empresas maiores.

Concorrência Perfeita: uma alternativa

Para os economistas, o ideal seria que o mercado sempre operasse com base no modelo de Concorrência Perfeita. Nele, não existe uma ou um grupo de empresas que dominem o comércio e concorrência. Não existe centralização de poder comercial.

Esse é o modelo onde a oferta e procura são grandes, impedindo que compradores e vendedores causem influência nos preços do mercado. A concorrência é mais intensa e os preços e produtos têm pouca variação entre si.

Três elementos principais definem a Concorrência Perfeita:

  • Produtos com pouca ou nenhuma diferença;
  • Transparência de mercado;
  • Livre saída e entrada de empresas.

Detalhando um pouco, o que acontece na prática é que vemos um grande número de pequenas, médias e grandes empresas competindo entre si, não existindo limitações sobre quem pode explorar aquele produto ou serviço.

Se uma empresa eleva muito os preços, o consumidor, simplesmente, busca alguém que venda mais barato. Isso é possível apenas porque os produtos são sempre muito semelhantes, sendo muito mais difícil fidelizar os clientes.

Produtos muito baratos também não são possíveis para esse modelo. A redução muito grande causa perda do lucro e torna todo o processo de produção e venda insustentável. É uma modalidade com margens de lucros não muito alta, o que acaba promovendo estabilidade nos preços.

 

O que é o duopólio?

Possui as mesmas características do oligopólio, mas é uma dominância de apenas duas empresas. De certa maneira, é um modelo simplificado, onde a entrada de competidores novos é completamente impedida por regulações ou por vantagens competitivas impossíveis de alcançar.

O duopólio é caracterizado por empresas com baixa eficiência e que estão, constantemente, aumentando seus preços. São empresas que não competem entre si, agindo em cooperação.

Oligopólio x monopólio: entenda as diferenças

O monopólio, como o próprio nome sugere, é um modelo onde apenas uma empresa domina o mercado. Basicamente, não existe concorrência nesse modelo, estando nas mãos de apenas um vendedor determinar preços e qualidade.

Esse é um modelo que raramente é visto na economia, principalmente por existirem formas de inibir sua ocorrência. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é o responsável por esse controle no Brasil, buscando garantir a livre concorrência. Ainda assim, é um modelo que ocorre, como é o caso da empresa brasileira B3, que domina operações de mercado local de capital.

A principal diferença entre as duas modalidades é exatamente a quantidade de empresas. As demais diferenças são, na verdade, uma consequência do controle que a empresa que detém monopólio exerce:

  • Não existe controle de preços;
  • Qualidade e processos não são uma preocupação.

São poucas diferenças, mas são expressivas. Elas mostram os grandes prejuízos para o consumidor, que se vê obrigado a aceitar qualquer preço que seja imposto, ainda que não seja oferecido um serviço ou produto que tenha a qualidade desejada.

Pequenas empresas raramente terão capital para investir em crescimento e conseguir competir com esses negócios. Assim, a única forma de reverter a situação é oferecendo incentivos para o crescimento dos concorrentes em potencial.

Investindo em empresas

Estar atento a estrutura de empresas e seus modelos de comércio é essencial para investir em ações e fundos empresariais. Apenas com esse conhecimento é possível investir em negócios que tenham real possibilidade de alcançar crescimento e representatividade no mercado, aumentando lucratividade e oferecendo retorno ao investimento.

Mais do que conhecer o mercado, é essencial ter muita informação de qualidade sobre finanças e tipo investimentos para esse tipo de aplicação. 

Para entender os oligopólios e como investir procure o site da Capital Research. Com o suporte de corretoras, analistas financeiros e outros profissionais do setor, entender com clareza o mercado financeiro fica muito mais fácil.