Taxa de redesconto: o que é e como funciona no Brasil

Em dúvida sobre o que é a taxa de redesconto, que permeia o nosso sistema financeiro? Confira nosso guia completo sobre o tema.

A taxa de redesconto é uma das responsáveis pelo controle da inflação e dos ativos em circulação na economia brasileira.

Apesar de se restringir a operações interbancárias, é importante que você conheça essa taxa e entenda seu funcionamento em nossa política monetária.

Afinal, o redesconto afeta diretamente o ritmo da economia e pode influenciar até as linhas de crédito nos bancos comerciais.

Se você quer compreender a taxa de redesconto de forma descomplicada, este texto tem tudo o que você precisa.

Siga a leitura e aumente seu conhecimento.

O que é taxa de redesconto

A taxa de redesconto representa os juros cobrados pelo Banco Central (BC) para fazer empréstimos aos bancos comerciais.

Geralmente, os bancos recorrem às negociações de redesconto quando precisam de liquidez em caixa, por conta de uma demanda de resgates imprevista.

O Bacen, por sua vez, utiliza a taxa de juros sobre essas operações para controlar a oferta da moeda na economia, como parte das suas estratégias de política monetária.

Funciona assim: a instituição reduz a taxa de redesconto quando quer estimular a procura por capital e aumento de dinheiro em circulação.

Do contrário, se for preciso conter a circulação da moeda, basta aumentar a taxa de juros para desacelerar a economia.

Por essa razão, o redesconto é encarado como uma linha de crédito emergencial — quase um “cheque especial” dos bancos — e sua taxa costuma ser maior em comparação a outras fontes de recursos.

Importância da taxa de redesconto

A taxa de redesconto é um dos principais instrumentos de política monetária do país, junto aos chamados recolhimentos compulsórios.

Enquanto os depósitos compulsórios retêm uma parte do dinheiro dos bancos na autoridade monetária, o redesconto é o crédito oferecido para garantir a liquidez das instituições financeiras e a circulação da moeda.

Ao ajustar esses dois instrumentos, o Banco Central consegue manter o equilíbrio da economia e controlar a inflação no país.

Inclusive, ambos foram essenciais para lidar com a hiperinflação de dois dígitos ao mês dos anos 1990, como único recurso para frear a alta dos preços.

Hoje, os bancos contam com o redesconto como recurso de última instância para garantir seu caixa.

Outros instrumentos importantes para controlar o dinheiro em circulação são a alteração da taxa Selic, promovida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), e o open market (compra e venda de títulos públicos).

Além do redesconto de liquidez que tratamos até aqui, também existe uma operação denominada redesconto especial, utilizada em momentos de crise econômica.

Nesse caso, o crédito é voltado a negociações previstas em lei, como financiamentos de produtos agrícolas e exportação de manufaturados.

Taxa de redesconto no Brasil

Atualmente, a taxa de redesconto no Brasil é calculada a partir da taxa de juros básica da economia, de acordo com o prazo do empréstimo.

Desde as circulares n° 3.631 e 3.632 do Banco Central, de 2013, estas são as taxas praticadas:

  • Operações de um dia: Selic + 1% a.a.
  • Operações de até 15 dias: 4% a.a.
  • Operações de até 90 dias: 2% a.a.

Em novembro de 2019, a taxa Selic chegou aos 5% — o menor nível da história.

Enquanto isso, nos últimos meses, o BC vem aplicando medidas para reduzir o estoque de compulsórios e anunciou a criação de um novo sistema de assistência de liquidez aos bancos.

Em contribuição ao Diário do Comércio em agosto de 2019, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirma:

“O Brasil não tem um sistema de assistência de liquidez muito aprimorado, e o que acontece na prática é que, mesmo nas grandes crises, os bancos não recorreram a um instrumento que existe, que é o redesconto. Grande parte das crises foram socorridas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito)”.

Logo, o novo sistema deve proporcionar novos mecanismos para extrair liquidez da carteira de crédito dos bancos e diminuir o nível de compulsórios.

Inclusive, a organização desse sistema é um dos requisitos para o país ser aceito como membro da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Como investidor, é importante que você acompanhe as movimentações da política monetária brasileira e preveja os momentos de aceleração e desaceleração da economia.

Por isso, a taxa de redesconto deve fazer parte de seu repertório, assim como outros conceitos que influenciam as operações financeiras e os juros do crédito do país.

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