Taxas da B3: quanto é cobrado e como calcular

Conhecer as taxas da B3 é uma tarefa inadiável para quem deseja investir em ações. Tire suas dúvidas neste guia.

Conhecer as taxas da B3, a Bolsa de Valores brasileira, é uma tarefa inadiável para quem deseja investir em ações e alcançar a independência financeira.

Por mais que esse conhecimento não vá enriquecê-lo e possa até ser cansativo, a compreensão sobre as taxas cobradas pela B3 permite que você escolha os investimentos mais adequados ao seu perfil.

Dependendo dos seus objetivos e condições de investimento, os custos com as operações na bolsa podem acabar minando parte dos lucros.

Neste artigo, você vai conhecer as taxas da B3 para quem investe em ações, e vai descobrir como essas cobranças impactam os seus negócios.

Quais são as taxas da B3? 

A verdade é que existem centenas de taxas na B3, como você pode verificar no próprio site da empresa, na seção de tarifas. Há diversas especificações para cada uma das classes de produtos negociados na Bolsa:

  • Commodities
  • Juros e Inflação
  • Moedas
  • Renda Fixa Privada e Pública
  • Renda Variável
  • Programas de Incentivo.

O que nos interessa neste artigo, porém, são as taxas cobradas pela B3 na negociação de ações, dentro do mercado de de renda variável.

A seguir, listamos as taxas da B3 que impactam o seu investimento em ações. 

Mas fique atento: a B3 é uma empresa privada, e todas as taxas listadas são valores retidos pela empresa. Não há, nesta relação, impostos cobrados pelo governo – falaremos deles depois.

Emolumentos e taxa de liquidação

Os emolumentos são as taxas fixas cobradas pela B3 por cada negociação de ações. 

Essa taxa, também chamada de taxa de negociação, é cobrada para remunerar os serviços praticados pela B3 no processamento da negociação.

Esse valor varia de acordo com o valor investido, o tipo de operação (normal ou Day Trade) e o perfil do investidor (pessoa física, fundos ou clube de investimentos).

Além dos emolumentos, a B3 também cobra uma taxa de liquidação na mesma operação. 

Para pessoas físicas, os valores são os seguintes: 

  • Taxa de negociação: 0,003006% 
  • Taxa de liquidação: 0,0275% 
  • Total: 0,030506%.

 

Taxa de custódia

A taxa de custódia é cobrada pela B3 para manter sob sua posse os ativos negociados, e zelar por eles.

Para a manutenção de conta, o valor é de R$ 8,78 por mês para contas com ativos que valem até R$ 5 mil. Acima desse valor, a taxa é de R$ 9,28 por mês.

Já a tarifa sobre o valor em custódia varia de acordo com o montante investido, e é cobrada anualmente.

  • De 0 a  R$ 1 milhão: 0,0130% por ano
  • De R$ 1 milhão a R$ 10 milhões: 0,0072% por ano
  • De R$ 10 milhões a 100 R$ milhões: 0,0032%
  • De R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão: 0,0025%
  • De R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões: 0,0015%
  • Acima de R$ 10 bilhões: 0,0005%.

A maior parte das corretoras, no entanto, isenta o investidor da cobrança da taxa de custódia. 

Por isso, no início de 2020 a B3 anunciou que pretende isentar a sua parte da taxa de custódia para clientes com até R$ 20 mil em ações, o que inclui cerca de 65% dos investidores.

A mudança, porém, ainda não tem data para entrar em vigor.

Taxa de dividendos

Também no início de 2020, a B3 afirmou que passará a cobrar uma taxa de 0,12% do pagamento de dividendos a investidores com mais de R$ 20 mil investidos na Bolsa. 

Essa tarifa vai incidir sobre qualquer tipo de provento, incluindo os dividendos pagos pelos fundos imobiliários. Mas também não foi anunciada uma data para que essa cobrança entre em vigor.

Como calcular as taxas da B3?

Calcular as taxas da B3 é um processo que pode ser extremamente trabalhoso no dia a dia, porque você precisa entender como a sua corretora lida com as taxas cobradas, descobrindo o que ela repassa e deixa de repassar.

Além disso, esse cálculo não é produtivo no dia a dia dos seus investimentos, porque os percentuais são ínfimos, e você não tem como fugir deles. 

Se você não vai deixar de investir por causa das taxas cobradas pela B3 de todos os clientes, não faz muito sentido perder tempo com esses cálculos, concorda?

Isso porque a sua corretora fará todos os cálculos para você. Assim, a atitude mais simples – seguida por quase todos os investidores – é ficar de olho nos recibos emitidos pela sua corretora. Ali todas as taxas cobradas estão discriminadas, e você pode consultar se há alguma disparidade.

Outro motivo pelo qual a maior parte dos investidores não dão tanta atenção às taxas cobradas pela B3 reside no fato de que elas trazem pouco impacto para o investimento. Mas essa não é uma regra que vale para as taxas além das cobradas pela B3.

Como veremos a seguir, essas taxas, como taxa de corretagem e imposto de renda, podem, de fato, impactar o seu investimento.

Taxas além da B3

Além das taxas da B3, há outros três custos que merecem a sua atenção no momento de investir em ações. Acompanhe:

Taxa de corretagem

A taxa de corretagem é o valor cobrado pela sua corretora por intermediar o serviço de compra e venda de ações. 

Essa taxa costuma ter um valor fixo na maior parte das corretoras. Assim, você paga o mesmo valor da taxa de corretagem em todas as operações, seja qual for o valor. 

E é aí que mora o perigo. Por exemplo: se você investe em uma corretora que cobra R$ 15 de taxa de corretagem para comprar ou vender ações, essa tarifa terá um peso muito maior se você tiver baixo valor investido, e fizer operações de R$ 100 ou R$ 200, por exemplo. Agora, se você tem centenas de milhares de reais em operação, a taxa de corretagem tem um impacto muito menor.

Para uma operação de R$ 100, essa taxa de corretagem seria de 15%. Já para uma operação de R$ 100 mil, apenas de 0,015%. Diante da disputa entre as corretoras, esses valores vêm baixando com frequência, e já é possível encontrar opções que não cobram pela compra e venda de ações

Neste caso, porém, é importante analisar se os serviços oferecidos pela corretora estão de acordo com o que você precisa. 

Imposto Sobre Serviços (ISS)

O Imposto Sobre Serviços (ISS) é cobrado sobre o valor da taxa de corretagem, já que esta é uma prestação de serviço. Neste caso, a tarifa cobrada depende das regras de cada município, podendo chegar a até 5% sobre o valor da corretagem. 

Aqui, mais uma vantagem para os clientes das corretoras que não cobram taxa de corretagem: eles estarão isentos desse imposto. 

Imposto de renda

Finalmente, chegamos ao Imposto de Renda, cobrado pela Receita Federal. Na negociação de ações swing trade (operações de compra e venda em dias diferentes), a alíquota é de 15% sobre os ganhos de capital.

No swing trade, o Imposto de Renda é cobrado apenas se o valor bruto da sua venda de ações for superior a R$ 20 mil por mês. Se o valor for inferior, não há cobrança. Essa isenção não é válida para o day trade (compra e venda no mesmo dia), sobre o qual recai a alíquota de 20%.

Vale lembrar, ainda, que o Imposto de Renda não é cobrado automaticamente. Você precisa preencher e pagar um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) para ficar em dia com a Receita.

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