Truste: saiba como é definida essa estrutura empresarial

Você conhece o Truste? Saiba como funciona essa modalidade de união entre empresas e se o Truste é permitido no Brasil.

Truste

Você já deve ter lido alguma vez, uma notícia de que duas empresas se uniram para dar forma a uma nova companhia. Tecnicamente, isso tem um nome no meio empresarial: truste. Mas, além dele, há outras formas de fazer essa fusão.

O truste é praticado no mercado há várias décadas, e vai muito além de estabelecer uma empresa maior, a exemplo de maiores lucratividades e, principalmente, dominação de mercado. Porém, essa estrutura reserva particularidades. Descubra neste artigo, o que é o truste e como ele funciona, bem como as demais operações empresariais que se diferenciam dela.

O que é  truste

Truste é uma prática de mercado quando duas ou mais empresas se unem para formar uma única companhia que ofereça produtos ou serviços em determinada área. O objetivo dessa fusão é gerar ainda maiores lucros, trazendo uma dominação de uma fatia maior do mercado.

Com esse modelo de negócio, as empresas dividem a mesma cadeia de planejamento, produção e ação. Vale ainda reforçar que tal união entre empresas pode ser tanto formal como informal e, muitas vezes, aumentam seu valuation.

Na união legal, vias jurídicas e empresariais legais são usadas para fazer a fusão. Já no campo ilegal, não há acordo estabelecido por órgãos judiciários que estabeleçam a forma de atuação, entre outros critérios, das companhias.

Um ponto relevante de um  truste é a possibilidade de o produto ou serviço cair de qualidade. Uma vez que há pouca ou, por vezes, nenhum concorrente, os consumidores não têm alternativas. Então, o que é oferecido no mercado se torna a única solução, mesmo sendo ruim do ponto de vista técnico.

O truste pode ser configurado como uma prática anticoncorrencial, uma vez que “elimina” empresas concorrentes do mesmo setor,      transformando-as em uma só.

Apesar de ser uma estratégia típica de mercados capitalistas, ironicamente ela vai contra tal sistema. Pois, ao mesmo tempo que esse modelo econômico preza pelo livre mercado, o truste busca o oligopólio ou mesmo o monopólio.

Os principais tipos de truste

Ainda há uma diferenciação dentro do truste, que são os chamados truste horizontal e o vertical.

Horizontal

O truste horizontal é feito por duas ou mais organizações que concorrem no mesmo setor de produtos ou serviços.

Vertical

O truste vertical funciona quando as empresas que se fundem produzem tanto bens como serviços do mesmo campo de atuação, mas que podem ser diferentes.

Por exemplo, se uma empresa produz hardwares e outras softwares, e ambas se unem, elas terão uma cadeia que desenvolve tanto a parte física quanto o sistema. Ou seja, cria-se uma linha de produção voltada ao desenvolvimento completo.

A diferença entre Truste, Cartel, Holding e Joint Venture

Além do truste, no mercado existem outras práticas que também são similares a ele, porém, tem diferenças, incluindo o fato de ser legal ou não.

Cartel

Um cartel é um acordo sem contrato formal, entre empresas que querem estabelecer um preço único ou muito similar em determinado mercado. Gerando assim, uma pressão ao consumidor, que fica obrigado a comprar os produtos e serviços com os valores que os cartéis fixam.

Holding

A holding é uma empresa majoritária dentro um conglomerado, com total controle sobre as demais. Dessa maneira, empresas de diversos setores ou do mesmo podem fazer parte de uma holding. A administração, compra e venda de cotas das empresas do grupo e o controle das decisões dentro delas, é feito pela holding.

Joint Venture

Enquanto o truste forma uma só empresa, a Joint Venture cria uma terceira. Ou seja, as empresas que se unem continuam a existir, mas trabalham juntas em uma outra companhia, com propósitos que se complementam. Criando, muitas vezes, um produto ou serviço melhores do que atuando solo.

O truste pode ser aplicado no Brasil?

No Brasil, o truste não é considerado ilegal, contudo, ele é vigiado por órgãos do Estado, para impedir que monopólios ou oligopólios afetem a livre concorrência de mercado.

Aqui, o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (CADE) é a instituição que fiscaliza e autoriza todas as fusões empresariais. Esse órgão é uma autarquia federal, ou seja, tem liberdade para atuar de maneira independente, mesmo sendo uma entidade estatal.

Assim, o CADE pode bloquear fusões, como também estabelecer regras para um truste ser aprovado, estabelecendo a chamada política antitruste.

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Essa prática gera dúvidas sobre se, de fato, fortalece o mercado com uma empresa de atuação mais ampla, ou se ela prejudica a concorrência. Por esse motivo, o truste deve ter políticas voltadas a sua fiscalização, correção ou anulação.

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